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Joelington Rios nasceu no Quilombo Jamary dos Pretos, no Maranhão. Em 2017, após um convite de seu irmão mais velho, fez uma importante mudança para o Rio de Janeiro em 2017. Durante sua estadia na cidade, ele residiu na Favela do Muzema, localizada na Zona Oeste, e se matriculou no Colégio Estadual Pedro Álvares Cabral, em Copacabana, com o objetivo de concluir seus estudos. Enquanto percorria esses dois pontos distintos, Rios ficava impressionado com a quantidade de pessoas nas ruas e com as divisões que atravessavam a cidade. Ele descreve essa experiência como atravessar “portais”, ao passar pela Rocinha, Vidigal, Leblon e Ipanema.
Fotografia como Expressão: A Série “O que sustenta o Rio”
Ao ingressar em um curso de fotografia no Centro da cidade, Joelington Rios também teve a oportunidade de explorar a Zona Norte e compreender a origem das pessoas que ele avistava nas ruas da Zona Sul. Essa experiência o inspirou a iniciar uma pesquisa que ele denominou de “processo de sustentação”. Nesse sentido, ele observa como pessoas negras e oriundas de favelas carregam consigo o peso e a responsabilidade pela cidade. Como resultado dessa pesquisa aprofundada, surgiu a série de obras intitulada “O que sustenta o Rio”. Nessa série, Rios habilmente mescla retratos de pessoas negras com imagens icônicas do Rio de Janeiro, como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. É notável o reconhecimento que essas obras têm recebido, sendo incorporadas ao acervo do Museu de Arte do Rio e exibidas na última edição do Art Rio.
Novos Horizontes Artísticos: Explorações Futuras e Projetos Promissores
Àqueles que se encantam com a produção de Joelington Rios, há boas novas a caminho. A série “O que sustenta o Rio” irá se desdobrar em esculturas, enquanto o artista se dedica a um novo projeto intitulado “Entre rios e mocambos”. Nesse projeto, Rios irá pesquisar a jornada dos corpos que deixam os quilombos em busca de oportunidades nos centros urbanos. O artista expressa sua intenção de se desprender de sua zona de conforto, que é a fotografia, e explorar outras formas de expressão, como performances, instalações e o uso de tecidos. Rios atribui um valor especial aos tecidos, pois eles guardam memórias afetivas de sua vivência no quilombo, onde era comum dormirem em redes. Por isso, quem tive a oportunidade de compartilhar essas experiências terá a sorte de mergulhar em narrativas ricas e significativas.
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